
O processo de aprendizado de estudantes com deficiência auditiva passa por novo período de debate no Brasil. Enquanto a comunidade surda e que tem Libras (Língua Brasileira de Sinais) como idioma materno batalha pelo direito de estudar em escolas bilíngues, o MEC (Ministério da Educação) defende inclusão dos alunos na rede regular de ensino.
A tentativa do movimento de direito dos surdos é afastar a velha sensação de que o deficiente auditivo é estrangeiro dentro de seu País de origem, tendo em vista a dificuldade de comunicação quando vai ao banco, ao médico ou registrar boletim de ocorrência. "Além do preconceito linguístico e cultural, os surdos sofrem com dificuldade do acesso às novas tecnologias", destaca a especialista em Educação Bilingue e Interpretação e Ensino de Libras, Neiva Aquino.
Na região, são pelo menos 330 estudantes surdos ou com deficiência auditiva, sendo cerca de 200 em EMEEs (Escolas Municipais de Ensino Especial) - que atendem alunos do Ensino Fundamental I e II (seis a 14 anos) de Diadema e São Bernardo. Os demais estudantes frequentam a rede de ensino regular, onde têm atendimento educacional especializado, instrutores e intérpretes dentro da sala e realizam atividades específicas, como curso de Libras e fonoaudiologia, no contraturno escolar.
Aqueles que defendem a inclusão entendem que as escolas especializadas não oferecem ambiente adequado para o aprendizado pleno. "Um local com recursos variados e convívio entre ouvintes e surdos é mais propício à educação do que lugar onde ficam isolados", destaca a coordenadora geral do departamento de Educação Especial de Mauá, Deigles Amaro.
Já a diretora regional da Feneis (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) em São Paulo, Sylvia Lia Neves, salienta que a inclusão deveria acontecer no segundo ciclo do Ensino Fundamental, quando a criança surda já adquiriu a língua de sinais e está alfabetizada em português pelas escolas bilíngues. A entidade pede que o direito da educação bilíngue - decreto 5.626/05 - conste no PNE (Plano Nacional de Educação), que tramita no Congresso desde dezembro de 2010.
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